PROJETO QUE AMPLIA TRANSPOSIÇÃO DE 35 MIL FUNCIONÁRIOS AMAPAENSES É APROVADA NO CONGRESSO. PEC SEGUE PARA A CÂMARA.
Por
unanimidade, o Senado aprovou nesta terça-feira (12) a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) 7/2018, que iguala as
condições para a integração dos servidores dos antigos territórios de Rondônia,
Amapá e Roraima ao quadro da administração pública federal. O projeto também
amplia a possibilidade de equiparação para mais categorias, inclusive pessoas
que trabalhavam sem vínculo efetivo para a administração. O texto foi aprovado
no Plenário em dois turnos de votação e segue para a Câmara dos Deputados.
Primeiro
signatário da PEC, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) explicou que a
intenção é acabar com o tratamento desigual aos servidores dos diferentes
ex-territórios. Segundo o senador, a Constituição de 1988 determinou que os
estados do Amapá e de Roraima seriam criados sob os mesmos critérios usados
para Rondônia em 1981 — na ocasião, a folha de pagamento dos servidores do novo
estado ficou a cargo da União durante dez anos, até 1991. As Emendas
Constitucionais 79 e 98, no entanto,
concederam um período de transição de somente cinco anos para os servidores do
Amapá e de Roraima.
—
Esse direito, ao longo do tempo, não foi concretizado, lamentavelmente. Houve
uma longa trajetória para chegarmos até o dia de hoje e garantir esse direito
histórico daqueles que trabalharam nos ex-territórios de Rondônia, Roraima e
Amapá. Nós estamos assegurando um direito represado para os cidadãos desses
territórios federais — comemorou Randolfe.
Apresentada
em 2018, a proposta chegou a ser votada na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), mas foi arquivada ao final da legislatura, em 2022. O
desarquivamento se deu após a aprovação de pedidos feitos pelo autor e pelo
senador Lucas Barreto (PSD-AP).
O
relator do texto, senador Marcos Rogério (PL-RO), agradeceu a todos os
senadores que se empenharam pela aprovação do texto. Ele, que já tinha
recomendado várias emendas à proposta na CCJ, acatou novas alterações sugeridas
pelos senadores.
—
Veja que aqui nós temos, dentro da atuação política, dois extremos. O senador
Randolfe, que é um dos líderes do governo no Senado e no Congresso, e eu,
senador Marcos Rogério, de oposição. É um tema que une os dois extremos em
defesa das populações dos nossos estados — disse o relator, ao ressaltar o
esforço por um texto de consenso.
A
proposta
A
PEC 7/2018 prevê que todas as pessoas que mantiveram vínculo de trabalho com a
administração dos ex-territórios e seus municípios, ou que se tornaram
servidores durante os dez primeiros anos de criação dos respectivos estados,
poderão optar pelos direitos e vantagens do quadro funcional da União. Para tanto,
a proposta altera o artigo 31 da Emenda Constitucional 19.
As
alterações possibilitam que esses agentes integrem quadro em extinção da
administração pública federal e, ao fim, tenham suas remunerações e proventos
pagos, de forma permanente, pela União — e não pelos estados do Amapá, de
Roraima e de Rondônia. Com isso, a União assume de forma permanente as despesas
não somente com os servidores que trabalhavam no ex-território até a data de
sua criação, mas também com o pessoal contratado nos 10 anos seguintes à
transformação do território em estado.